quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Éramos luz

Acordei, mas o desejo de abraçar o mundo dos sonhos era maior. Adormeci em um mundo de luz branca onde eu não via meu próprio corpo. Embora soubesse quem estava lá, visualmente, não sabia quem estava lá. Sem som, toque ou gestos, nos comunicávamos. E não existia mal entendido, era tudo muito... Claro. Impossível descrever essa pseudofantasia sem usar sinônimos ou alguma palavra que lembre luz.

- Concentre-se na claridade e faça com que ela te leve onde você gostaria de ir. – Uma espécie de instinto me disse.

Senti-me flutuando sobre um mar que novamente eu não conhecia, mas eu o conhecia... Difícil explicar... Realmente difícil explicar.

Sentia o calor do sol, ouvia o som do mar, mas, me apavorava com tudo aquilo. Por alguns segundos, minutos ou horas (era impossível definir tempo) eu me senti sozinho. Quando só e apavorado; uma escuridão tangia a luz de preto. Sentia-me em um buraco negro. Todavia, uma presença se tornou meu presente.

Distante, o presente se aproximava a cada instante desconhecido de tempo. Aquilo me acalmava aos poucos. O medo se transmutava em um pálido violeta e, aos poucos, em branco. Agora acompanhado, a paz voltou a reinar, mas reconhecemos minha incompatibilidade com aquele mundo.

Calor, carinho, esperança, saudade, compreensão e fé se tornaram homogêneos e uma catapulta me arremessou em um local escuro e cheio de vozes rindo. Agora, conseguia sentir meus olhos que instintivamente foram abertos...

Finalmente me via em meu mundo... Era 3 da manhã e pela janela do meu quarto, as estrelas brilhavam. Enquanto isso, na TV passava uma daquelas séries sem graça de comédia americana onde apenas o “backing vocal” sorri. Pensei em levantar e digitar o sonho, mas o sono me roubava novamente e eu curioso, resolvi me deixar levar novamente para aquele mundo utópico.

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